CENTRO ADMINISTRATIVO DE UBERLÂNDIA
Foto: Google Earth - 2016
Foto: www.skyscrapercity.com
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Localização: Avenida Anselmo Alves dos Santos, 600 - Uberlândia - MG
Equipe arquitetos: Milton Leite Ribeiro; Acácio Gil Borsoi; Janete Ferreira da Costa;Marco Antônio Gil Borsoi; Rosa Maria Chagas Aroucha
Colaboradores: Ana Moura de Jquerque; Diana Andrade Lima
Cliente: Prefeitura Municipal de Uberlândia
Ano do projeto: 1991
Ano de conclusão da obra: 1993
Área total do terreno: 37.982,63 m²
Área total construída: 26.066 m²
Pavimentos: Variados
Fiscalização: Márcia Cristina Medeiros de Freitas; Djalma Francisco Silva; José Ricardo Tomaz
Fundação, estrutura,instalações: Seebla Engenharia de Projetos; Abobada de alvenaria armada; Ariel Valmaggia
Construção: Parente Construtora(estrutura); CCO Empreendimentos Imobiliários (acabamento).
Paisagismo: Simone Miralha Novais
Consultor paisagistico: Roberto Burle Marx
Iluminação externa: Peter Gasper
Centro Administrativo de Uberlândia
Foto: Rodrigo de Freitas - 2016
Texto: Hugo Segawa, Lu de Laurentiz; Marco Antônio Gil Borsoi - 1993
"O Centro Administrativo de Uberlândia é uma obra singular do ponto de visita urbanístico, arquitetônico e, circunstancialmente, de capacidade econômica e politica. São poucas as cidades no Brasil com poder de investimento para empreender um conjunto arquitetônico com cerca de 26.000 m² de área construida, num terreno de quase 38.000 m² - sem aportes financeiros externos.
Dotando um contexto
Como intervenção urbanistica, o centro administrativo estabelece e confirma um vetor de expansão recente em Uberlândia: vizinho aos recentes Center Shopping e conjunto do hipermercado Carrefour, essas novas referências urbanas apontam para a ocupação de áreas de pouca densidade entre o centro da cidade e o campus Santa Mônica, da Universidade Federal de Uberlândia. O sistema viário vem sofrendo alterações que prefiguram uma região em rota de seguro adensamento. O manejo e a generosidade das áreas livres que emolduram (ou permeiam) os edificios do centro administrativo, valorizando as visuais em direção ao belo skyline de Uberlândia, sugerem que, quando (ou apesar) da provável verticalização e diversificação do uso do solo do seu entorno, a praça concebida por Borsoi e equipe se caracterizará como um espaço público de alta qualificação urbana. O novo conjunto é um vetor de transformação e valorização da área, dotando-a de um contexto com magnífico potencial.
A definição de programas e áreas apresentadas na concorrência foi pouco precisa. Previa-se ''abrigar a administração direta e indireta" em "aproximadamente 12.000 m², incluidas as expansões previstas, correlatas ao aumento da população e à extensão dos serviços prestados", e para a Câmara Municipal uma área de cerca de 2.000 m². A prioridade inicial era a construção de local para o Executivo, justificada sobretudo pela dificuldade burocrática gerada pela dispersão dos organismos municipais. Com a concentração administrativa no novo centro, as atividades espalhadas em 54 prédios diferentes se reunirão num conjunto único. A proposta final ainda prevê a expansão para mais um bloco administrativo.
Cidadania e participação
Ao se conceber os edificios do centro administrativo de Uberlândia para abrigar o Legislativo, o Executivo e as funções administrativas do municipio, considerou-se seu significado especial na coletividade, a partir do caráter institucional e simbólico. Os edificios, além de cumprir seu papel de oferecer conforto e eficiência ao desempenho das atividades, devem ser capazes de representar junto à comunidade o sentido pleno da democracia: lugar do desenvolvimento da cidadania e da participação.
Desse modo, o projeto procura retomar a idéia de lugar de referência e identidade na vida cívica, cultural e cotidiana da cidade, destacando inicialmente da sua concepção a intenção do conjunto edificado com o sitio, seu condicionamento ambiental e espacial, construtibilidade material e expressão arquitetônica.
O sitio
Para o sitio, propõe-se uma intervenção na macroescala urbana capaz de gerar uma nova organização do entorno. Nesse sentido, constata-se uma afinidade com a concepção do Capitólio de Chandigarh, onde Le Corbusier desenvolve, na concepção, a noção de proporcionalidade reguladora da medida do conjunto e do detalhe.
Na implantação das edificações transfere-se ao obser. vador que percorre seus espaços abertos o impacto necessário a obras dessa natureza, explorando os pontos que possibilitam a sensação plena de dimensão, imponência e ordem, percebidos pelas visuais de amplitude da praça, das vias e da relação com a cidade.
O projeto tira partido da topografia do terreno, determinando o posicionamento lógico e equilibrado dos poderes, ligados por um platô envolvente em forma de praça elevada. A praça dá escala, caráter monumental e simbólico ao conjunto, permitindo a visualização integral e hierárquica dos blocos, do entorno e da silhueta da cidade.
Calma e livre do tumulto urbano, a área - só para pedestres - é propicia a acontecimentos e atividades compatíveis com as funções instaladas, como comicios, eventos comemorativos e culturais, festas e, no anfiteatro, espetáculos de dança e teatro. O gabinete do prefeito e o plenário da Câmara posicionam-se a meia altura sobre a praça, compartilhando desses eventos e, ao mesmo tempo, desfrutando de uma visão ampla da paisagem da cidade.
A expressão arquitetônica
A imagem arquitetônica do conjunto está baseada na busca do relacionamento harmonioso entre os blocos, dispostos de modo a estabelecer parâmetros de escala e gabarito, modenatura, policromia, tratamento dos de talhes e qualificaçâo construtiva, fornecendo ao usuário que galga as escadarias de acesso à praça uma visão traduzida pela sensação e emoção, fenômeno que caracteriza uma obra como arquitetura.
A própria estrutura de sustentaçâo dos edificios, que garante internamente os espaços livres e continuos, determina também a configuração volumétrica e a unidade compositiva dos objetos, traduzindo hierarquicamente suas funções internas.
A tipologia dos edificios representativos da cúpula de cada poder está desenvolvida de modo diferenciado dos demais por causa de seu caráter específico, de sentido simbólico, constituindo-se do gabinete do prefeito e o plenário da Câmara Municipal, projetados como sólidos mais definidos géometricamente e de forma plástica marcante em contraponto no conjunto.
As demais edificaçôes . secretarias, gabinetes dos vereadores e administração - obedecem aos principios compositivos dos blocos modulares e repetitivos, explorando, através do escalonamento e elementos de sombreamento das fachadas, uma resoluçâo estética baseada no processo de racionalização e simplificaçâo construtiva adotado."
Condicionamento ambiental e espacial
Na organização espacial interna do conjunto a ênfase está no desenho dos locais de trabalho, com base nas soluções técnicas, de qualificação ambiental e adequação climática, atendendo sobretudo ás constantes necessidades de expansão e flexibilidade de uso.
Nos edificios, os locais de trabalho estão implantados conforme os principios da planta livre e da continuidade espacial, apoiados em uma concepção estrutural modulada e racional. No interior, os blocos administrativos estão dispostos em torno de um vazio central, formando uma pequena praça com cobertura em abóbada, caracterizada como local público dos encontros e da convivência diária, ao longo do qual se desenvolve uma sucessão continua de percursos e espaços.
Nesse interior procurou-se resolver as questões de condicionamento térmico com a criação de um microclima controlável, através de ventilação cruzada permanente, tiragem do ar quente e uso da luz natural, e por outro lado protegendo as fachadas do sol e da chuva, mediante elementos reguladores como beirais e brises horizontais. A ventilação natural se dá no sentido transversal . área de trabalho/circulação e vice-versa - devido à orientação dos prédios na direção leste/oeste na maior dimensão.
A construtibilidade material
As edificações do centro administrativo inserem-se em um campo de reflexão construtiva, procurando aprofundar alguns dos postulados básicos da arquitetura moderna. A formulação do sistema construtivo constitui importante fator gerador da ordem formal da obra arquitetônica, integrando não só a definição dos elementos estruturais portantes propriamente ditos como a caracterização do detalhe, do tratamento dos acabamentos e arremates como qualificadores de suas partes precisas e reconhecidas.
Nos edificios, o sistema estrutural diferencia-se em função dos programas e do significado, utilizando o concreto aparente como material básico. Os blocos "simbólicos'' são definidos pelas paredes portantes do perimetro e coberturas metálicas, garantindo grandes vãos, liberdade distributiva na organização do interior e maior caracterização formal.
Nos blocos "funcionais" adota-se um sistema porticado com balanço ajustado aos principios de adequação modular - estrutural e construtiva - com partes moldadas no local e partes com elementos pré-fabricados, empregando uma reticula espacial de referência (1,25 x 1,25 m) e permitindo padronização dos materiais, economia e racionalização da construção, mão-de-obra e tempo de execução (veja esquemas anexos). As coberturas em formato de abóbada estão estruturadas pela tecnologia do tijolo armado, possibilitando grandes vãos, utilização de materiais locais e bom isolamento térmico.
Outros elementos construtivos funcionam, ainda, como agente articulador das partes do edificio, reforçando a relação entre a forma construida e sua identidade. Nesse sentido, destacam.se os inúmeros detalhes arquitetônicos das passarelas metálicas de transição espacial entre os blocos, das cores primárias nas circulações verticais e nos elementos de proteção das fachadas, bem como dos tratamentos "ornamentais" dos pisos e das bordas das praças - internas e externas -, facilitando ao usuário uma relação com os edificios não apenas visual, mas também tátil.
Inventário de Proteção do Acervo Cultural
Elaboração: Equipe da PAGINAR: Cláudia Vilela (arquiteta);
Luana Carla Martins Campos (historiadora)
Data: 27/03/2007
Descrição
O conjunto de tipologia de arquitetura moderna composto por cinco blocos: dois abrigam as secretarias municipais, com gabarito de quatro pavimentos, um bloco do gabinete do prefeito com três pavimentos, um bloco do plenário com dois pavimentos e um bloco da câmara dos vereadores com três pavimentos. Os blocos apresentam partido arquitetônico horizontalizado, com exceção do gabinete do prefeito e plenário que são de partido quadrado e circular, respectivamente.
As torres de instalações sanitárias se destacam pela volumetria e utilização de cores primárias. As fachadas frontais são tratadas homogeneamente, com esquadrias em fitas intercaladas com estrutura em concreto aparente e no pavimento térreo pano de vedação recuado em pilotis. O gabinete apresenta fachada com apenas uma abertura centralizada que rasga o cubo de concreto aparente. Beirais largos e brises protegem o interior contra incidência direta de luz solar e de chuvas.
A ventilação natural se dá no sentido transversal área de trabalho/ circulação, devido à orientação longitudinal dos prédios no sentido leste-oeste. Os vão apresentam esquadrias projetantes de alumínio e vidro. A estrutura de todo conjunto é concreto aparente com alvenaria em tijolo maciço aparente.
Na organização espacial interna do conjunto, a ênfase está no desenho dos locais de trabalho, com base nas soluções técnicas, de qualificação ambiental e adequação climática atendendo, sobretudo, à constante necessidade de expansão e flexibilidade de uso. Nos edifícios, os locais de trabalho estação implantados conforme o principio da planta livre e da continuidade espacial, apoiados em uma concepção estrutural modulada e racional.
No interior os blocos administrativos estão dispostos em torno de um vazio central, formando pequena praça com abertura na abóbada, caracterizada como locais públicos, ao longo dos quais se desenvolvem os percursos e espaços. Esta solução foi utilizada para resolver problemas de condicionamento térmico criando um microclima controlável através de ventilação cruzada permanente, exaustão do ar quente e utilização da luz natural.
O piso é em paviflex na secretaria de planejamento e carpetado nas demais; as circulações apresentam piso em granilite cinza com detalhes em preto. O teto é abobadado em tijolo cerâmico. Aproveitando a topografia do terreno, o posicionamento de cada bloco possibilita a interligação em platôs em forma de praça elevada. O gabinete do prefeito e plenário posiciona-se em altura, sobre praça cívica. Um pátio descoberto de estacionamento implanta-se à rua Ubiratan Honório de Castro.
Foto: Milton Leite Arquitetos
Foto: www.acaciogilborsoi.com.br/projetos/anos-90/uberlandia/
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